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“Boarding school” é a expressão em inglês para escolas de ensino básico e médio com moradia dentro do campus. Diferente do colégio tradicional, o internato integra estudo, atividades, esporte, alimentação e suporte 24h.
Para brasileiros, é uma porta de entrada poderosa para universidades internacionais, porque acelera a fluência, dá maturidade acadêmica e coloca o aluno em currículos globais (IB, A-Levels, AP).
Este guia explica, sem rodeios, como funcionam os internatos, quem se beneficia, quanto custa, como conquistar vaga e bolsa e o que observar para escolher bem.
O que você vai aprender:
- o que é boarding school e quando faz sentido escolher um internato
- diferenças entre modelos acadêmicos (IB, A-Levels, AP, high school)
- tipos de alojamento e rotina (full, weekly e flexi boarding)
- processo seletivo passo a passo, testes e documentos exigidos
- custos reais, bolsas e formas de reduzir despesas
- países mais buscados por brasileiros e particularidades de cada um
- critérios para comparar escolas, tirar dúvidas na entrevista e evitar erros comuns
- cronograma de preparo de 12 a 18 meses e checklist final
O que é boarding school, afinal
Boarding schools são colégios que combinam ensino e residência. O estudante mora em casas ou dormitórios no campus, supervisionado por “house parents” ou equipe de bem-estar. A proposta é formativa: academia forte + artes + esportes + vida comunitária, com foco em autonomia, responsabilidade e liderança.
Perfis para quem faz sentido
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estudantes que querem currículo internacional e candidatura forte a universidades no exterior;
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atletas e artistas que precisam de estrutura intensiva de treino e prática;
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jovens altamente motivados que buscam desenvolvimento de autonomia em ambiente seguro;
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famílias com mobilidade profissional ou que desejam continuidade acadêmica em país de destino futuro.
Os principais modelos acadêmicos
A escolha do currículo afeta a candidatura à graduação. Entenda o básico:
International baccalaureate (IB)
Programa de dois anos (IBDP) com seis áreas, monografia, teoria do conhecimento (TOK) e CAS (criatividade, ação e serviço). Excelente para universidades globais por desenvolver pesquisa, escrita e pensamento crítico.
A-levels (reino unido e afins)
Especialização: o aluno aprofunda 3 a 4 disciplinas. Forte para quem já tem áreas favoritas (ex.: matemática, física e química) e mira cursos seletivos.
Advanced placement (AP) + high school diploma (EUA)
Diploma americano complementado por cursos AP (nível universitário). Versátil e aceito amplamente; permite montar perfil equilibrado com rigor acadêmico.
Outros caminhos
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GCSE/IGCSE (pré-A-Levels, 14–16 anos).
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Abitur/Swiss Matura (em escolas europeias específicas).
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EAL/ESL (apoio de inglês acadêmico para não nativos).
Tipos de boarding e como é a rotina
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full boarding: o aluno permanece no campus durante a semana e fins de semana (sai em breaks).
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weekly boarding: dorme no campus de segunda a sexta e vai para casa no fim de semana.
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flexi boarding: pernoites limitados (bom para transição).
Vida no campus, na prática
Manhãs com aulas, tardes com esportes ou artes, noites com study hall supervisionado. Fins de semana têm excursões, clubes e voluntariado. Cada casa tem regras, chefe de casa e equipe de pastoral care. Há acompanhamento de saúde física e mental, nutricionistas, enfermeiros e protocolos de safeguarding.
Processo seletivo passo a passo
Variam por país e escola, mas seguem um padrão.
1) pré-seleção e shortlist
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defina série/idade de entrada (comum: 9º ano/Year 10/Grade 9 em diante);
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alinhe currículo desejado (IB, A-Levels, AP) e atividades essenciais (esporte, música, STEM, artes).
2) candidatura e documentos
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histórico escolar dos últimos 2–3 anos (em inglês ou traduzido);
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cartas de recomendação (coordenação/professores);
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personal statement (motivação, metas, encaixe com a escola);
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provas e testes (veja abaixo);
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portfólio (música, artes, design) ou vídeos (atletismo).
3) testes mais comuns
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SSAT/ISEE (internatos norte-americanos);
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UKiset/CAT4 (muito usado no Reino Unido e escolas britânicas no exterior);
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inglês: Duolingo English Test, TOEFL/IELTS (ou versões júnior/placement tests internos).
4) entrevista e “taster”
Entrevista online ou presencial avalia fluência, fit cultural e maturidade. Algumas escolas oferecem taster days (vivência de 1–3 dias).
5) oferta, aceite e matrícula
Se aprovado, você recebe carta de oferta e contrato com termos financeiros, calendário e políticas (reembolso, disciplina, uso de tecnologia). Para internacionais, a escola emite o documento de visto de estudante aplicável ao país.
Quanto custa estudar em boarding school
Valores variam muito por país, reputação e infraestrutura.
Componentes do custo
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tuition (anualidade acadêmica);
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boarding fee (moradia, refeições, lavanderia, supervisão);
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uniforme e material;
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exames externos (IB, AP, A-Levels, GCSE);
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seguro-saúde;
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atividades e viagens (times esportivos, orquestras, competições);
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guardianship (requisito em alguns países para menores de idade sem familiares residentes).
Como reduzir despesas
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financial aid/means-tested (auxílio baseado em renda familiar);
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merit scholarships (acadêmico, esportivo, artístico);
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bursaries (bolsas parciais pontuais);
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descontos por necessidade específica ou irmandade (siblings).
Negocie prazos, entenda políticas de reembolso e verifique se a escola aceita bolsas externas combinadas.
Países mais procurados e suas particularidades
Estados Unidos
Grande diversidade de escolas, foco em clube/leadership e APs. Processos com SSAT/ISEE, entrevistas e forte cultura de college counseling.
Reino Unido
Tradição em A-Levels e IB, disciplina e esportes. Muitos exigem UKiset e guardianship para menores. Fins de semana com atividades estruturadas.
Canadá
Bom equilíbrio custo-qualidade, comunidades acolhedoras e diploma canadense com opções AP/IB. Vistos e pathways claros para graduação.
Suíça
Boarding multicultural, foco em idiomas e programas premium (IB quase onipresente). Estrutura de montanha/esportes de inverno e ligações com escolas bilíngues.
Irlanda
Clima de comunidade, crescimento em IB e rota natural para universidades britânicas/irlandesas.
dica: avalie clima, acessibilidade aérea, suporte EAL, taxa aluno/professor, resultados acadêmicos e colocação em universidades.
Critérios para comparar escolas
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currículo e resultados (médias IB, notas A-Levels, AP pass rate, destinos universitários);
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tamanho e proporção (alunos por turma, relação aluno/professor);
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força em artes e esportes (infra, técnicos qualificados, calendários de competição);
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pastoral care e safeguarding (equipes, protocolos, aconselhamento psicológico);
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EAL/SEN (apoio para inglês e necessidades educacionais especiais);
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diversidade (porcentagem de alunos internacionais e nacionalidades);
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localização (cidade pequena vs. grande, transporte, segurança);
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cultura (coeducacional vs. single-sex, ethos acadêmico, uso de tecnologia).
Apoio ao bem-estar e segurança
Internatos sérios mantêm pastoral care ativo: house parents, enfermeiros, psicólogos, horários de estudo supervisionados e linhas de reporte. Verifique políticas anti-bullying, treinamentos de staff, auditorias externas e canais de denúncia. Para menores, alguns países exigem guardianship (um adulto residente legalmente no país que se responsabiliza em emergências e férias curtas).
Erros comuns ao aplicar
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escolher apenas pelo ranking geral, ignorando fit acadêmico e pastoral care;
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subestimar o nível de inglês exigido para acompanhar o rigor das aulas;
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montar candidatura genérica (sem conectar objetivos à missão da escola);
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pedir bolsa sem documentar necessidade ou sem demonstrar mérito/impacto;
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deixar testes e entrevistas para última hora.
Homestay, day school ou boarding?
Se a prioridade é imersão e estrutura integral, boarding lidera. Homestay (morar com família) oferece custo menor e contato cultural profundo, mas menos controle de rotina. Day school exige moradia externa; pode ser ótima se a família se muda junto. Avalie idade, perfil e objetivo final (universidade no país, desenvolvimento específico etc.).
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Foto de capa por Marcus Loke na Unsplash