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Trabalhar durante o intercâmbio é uma das dúvidas que mais aparece para quem planeja estudar fora — principalmente quando o orçamento é apertado ou quando buscamos ganhar experiência prática no país de destino.
A resposta curta é: depende. Cada país tem regras específicas sobre quem pode trabalhar, quantas horas, que tipo de atividade é permitida e se há rotas formais para estágios ou trabalho após a graduação.
Neste guia prático explicamos, país a país (e com orientações gerais), o que costuma ser permitido, quais cuidados tomar e como transformar o trabalho em uma vantagem real para a sua carreira — sem arriscar o visto.
O que você vai aprender:
- Quais são as regras gerais para trabalhar enquanto estuda em diferentes destinos.
- Diferença entre trabalho on-campus, off-campus, estágios (CPT/CV/Co-op) e trabalho pós-graduação.
- Requisitos legais, limites de horas e documentos que você precisa ter.
- Riscos de trabalhar ilegalmente e como se proteger (contrato, impostos, seguro).
- Estratégias práticas para achar vagas, conciliar estudos e maximizar ganhos sem comprometer o visto.
Panorama rápido por destino
Canadá — Em geral, estudantes com study permit podem trabalhar on-campus e off-campus. Recentemente as regras foram atualizadas e, desde novembro de 2024, estudantes elegíveis podem trabalhar até 24 horas por semana durante as aulas (e em tempo pleno durante recesso). Verifique se sua study permit inclui a condição de trabalho e obtenha o Social Insurance Number (SIN) antes de começar.
Reino Unido — Quem estiver no Student Route normalmente pode trabalhar até 20 horas por semana durante o período letivo (para cursos de nível de graduação e acima) e em tempo integral nas férias; há exceções e restrições para certos cursos/níveis. Consulte o status do visto e as regras do seu curso antes de aceitar qualquer job.
Estados Unidos — Estudantes F-1 têm permissão para trabalho on-campus (com restrições) durante o primeiro ano; trabalho off-campus normalmente exige autorização (CPT para estágios curriculares; OPT para trabalho prático pré/post-graduação). Cada modalidade tem regras próprias e prazos — planeje com antecedência.
Austrália — O visto de estudante (subclass 500) permite trabalho remunerado, com limite de 48 horas por quinzena enquanto o curso estiver em sessão (e horas ilimitadas fora do período letivo); regras foram reforçadas a partir de 2023. Respeitar o limite é crucial: violações podem levar a cancelamento do visto.
Europa (geral) — Regras variam muito por país: muitos estados-membros permitem que estudantes não-UE trabalhem meio período sem autorização adicional, enquanto outros exigem autorização específica. Cidadãos da UE têm direitos de trabalho iguais aos nacionais. Consulte a autoridade de imigração do país em questão.
Tipos de trabalho que você pode encontrar e o que cada um significa
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On-campus (campus jobs): funções dentro da universidade (biblioteca, cafeterias, laboratórios, assistência administrativa). Geralmente são as opções mais fáceis para recém-chegados porque exigem menos burocracia.
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Off-campus (part-time): lojas, restaurantes, serviços, freelance — dependem do visto; atenção ao limite de horas.
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Estágios curriculares / Co-op / Traineeships: podem ser parte do currículo e, quando autorizados, não contam como trabalho irregular (ex.: CPT nos EUA; co-op no Canadá/Austrália). Esses costumam exigir aprovação formal do curso.
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Work placements obrigatórios: muitos cursos exigem estágio como componente curricular; verifique se precisa de autorização específica (co-op work permit, etc.).
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Trabalho pós-graduação: programas como OPT (EUA) ou PGWP (Canadá) permitem trabalhar após a conclusão do curso — são pathways valiosos para ganhar experiência local.
Requisitos práticos antes de começar a trabalhar
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Confirme seu status no visto: confira o que o seu permit/visa permite (algumas cartas de aceite ou permissões têm condições explícitas).
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Documentos fiscais e números de identificação: SIN (Canadá), National Insurance (Reino Unido), Social Security (EUA) ou TFN (Austrália) — você geralmente não pode começar sem eles.
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Seguro de saúde: verifique cobertura do trabalho (acidentes) e se precisa de complemento.
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Contrato escrito: sempre peça contrato ou comprovante por escrito (horas, remuneração, tipo de atividade). Evite trabalhos “por fora” sem registro.
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Cumprir políticas da universidade: algumas instituições exigem que alunos internacionais registrem trabalho no international office.
Direitos e obrigações do estudante-trabalhador
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Direitos trabalhistas: mesmo sendo estudante, você tem direitos básicos (pagamento mínimo, descanso, condições seguras). Pesquise o salário mínimo local e consulte sindicatos ou student unions se necessário.
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Impostos: trabalho remunerado normalmente está sujeito a impostos; informe-se sobre declarações anuais e retenções na fonte.
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Impacto acadêmico: trabalhar em excesso pode prejudicar o rendimento e até colocar em risco o cumprimento de requisitos de tempo integral — cuide do equilíbrio.
Riscos de trabalhar sem autorização (ou exceder horas)
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Cancelamento de visto, deportação, proibição de reentrada, perda de elegibilidade para futuras autorizações de trabalho e multas. Em alguns países houve casos reais de cancelamento de visto após descoberta de violações — portanto, cumprir regras não é opcional. (Ex.: casos recentes e medidas rígidas na Austrália ilustram as consequências de exceder limites).
Como conciliar trabalho e estudos: estratégias práticas
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Planeje limite de horas realista: não assuma o teto permitido se seu curso for intenso — teste 8–12 horas/semana no início.
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Priorize trabalhos com flexibilidade: trabalhos noturnos, freelances por projeto ou funções universitárias costumam adaptar-se melhor a horários acadêmicos.
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Use períodos de férias: maximize trabalho em períodos off-term (normalmente permitido em tempo integral).
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Negocie com empregador: explique que você é estudante; a maioria de empregadores de universidades e empresas locais entende a sazonalidade acadêmica.
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Automatize finanças: tenha planilha simples com renda, despesas fixas e economia para emergências (pelo menos 2–3 meses).
Onde procurar vagas e estágios
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Career services / emprego no campus: primeiro lugar a checar — há vagas pensadas para estudantes.
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Portais locais de emprego: Indeed, LinkedIn, plataformas regionais — filtre por “part time”, “student”, “internship”.
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Grupos da universidade / Facebook / Telegram: comunidades estudantis costumam divulgar trabalhos rápidos e tutorias.
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Professores e centros de pesquisa: para vagas de RA/TA (research/teaching assistant), que além de dinheiro fortalecem o currículo.
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Agências de co-op e parcerias universitárias: em cursos com co-op isso é comum e formalizado.
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Foto de capa por Clay Banks na Unsplash