Nova Zelândia espera crescimento no número de intercambistas em 2023

Após a abertura das fronteiras, com a flexibilização das ações de controle da pandemia da Covid-19, a Nova Zelândia espera recuperar o número de estudantes internacionais do período pré-pandêmico. 

Os dados, divulgados pelo Monitor ICEF, apontam que o país registrava cerca de 120 mil matrículas de alunos estrangeiros antes da pandemia. 

Já durante o fechamento das fronteiras, a quantidade de pessoas com visto de estudante caiu significativamente. Em 31 de julho deste ano, o número estava em apenas 15 mil — o que indica uma redução de mais de 87%. 

O país da Oceania reabriu suas fronteiras há quatro meses e, desde então, milhares de inscrições de estudantes internacionais já foram recebidas. 

Por isso, a expectativa das autoridades da Nova Zelândia é que os números voltem a subir em 2023, porém, ainda sem alcançar a quantidade de matrículas de antes da pandemia da Covid-19. 

Antes da pandemia, a Nova Zelândia já era considerada um dos destinos de língua inglesa mais competitivos e populares. Embora ainda fosse um destino muito desejado, desde 2017, a quantidade de matrículas internacionais estava em queda. É que o governo adotou uma política de “reequilíbrio planejado”.

Porém, com o fechamento das fronteiras entre 2020 e 2022, as matrículas chegaram a um nível muito aquém do esperado. Em termos de receita, a Nova Zelândia sofreu bastante, porque a arrecadação com as tarifas e taxas das universidades caiu expressivamente. 

Em 2019, o valor arrecadado era de NZD $ 1,2 bilhão. Em 2020, foi reduzido para NZD $ 963 milhões e em 2021 chegou a apenas NZD $ 594 milhões. 

De acordo com o setor de Imigração da Nova Zelândia, apenas 14.639 estudantes internacionais estavam com visto de estudo em 31 de julho, quando a fronteira foi reaberta. Isso indica um declínio de 75% dos 60 mil vistos no começo de 2020. 

(Tyler Lastovich/Pexels)

12 mil pedidos de visto em 4 meses

A expectativa positiva de uma retomada da quantidade de alunos estrangeiros na Nova Zelândia é confirmada pelo número considerável de aplicações para o visto de estudante desde a reabertura do país aos estrangeiros.

Só entre 31 de julho e 19 de novembro de 2022, 12.258 estudantes internacionais solicitaram vistos. Desses pedidos,mais de 7 mil deles já receberam uma resposta. Quase todas as decisões de aprovação ou rejeição do visto foram definidas em um prazo de apenas oito semanas. 

As autoridades da Nova Zelândia analisam esse tempo de processamento do visto como rápido, já que os estudantes internacionais têm enfrentado prazos bem mais longos para outros destinos, como Austrália, Canadá e Estados Unidos. 

Nova Zelândia ou Austrália

Além da recente reabertura das fronteiras, a Nova Zelândia enfrenta um outro desafio para reconquistar o número de estudantes internacionais do período pré-pandemia da Covid-19. 

É que existe uma competição bastante acirrada por estudantes, por conta de mudanças nos direitos trabalhistas e de permanência de alunos internacionais na vizinha Austrália. A terra dos cangurus tem facilitado bastante a empregabilidade dos estrangeiros com novas políticas, como autorizar que graduados trabalhem por 4 anos após o curso. 

Na Nova Zelândia, até então, o tempo máximo que os estudantes internacionais (somente de pós-graduação) podem permanecer no país após os estudos é de três anos. 

Para lidar com esse cenário, o governo da primeira-ministra Jacinda Ardern está estabelecendo novas estratégias para atrair estudantes e incentivá-los a estudar na Nova Zelândia. 

Uma dessas novidades é a iniciativa “Global Pathways” para estimular estudantes a começarem o curso no seu próprio país, de forma online, e depois fazer a transição para programas presenciais na Nova Zelândia.

 

 

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