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Janelas Abertas: jornalista já fez mais de 10 intercâmbios

Conhecer histórias de jovens que já passaram e estão passando por experiências incríveis no exterior é sempre um estímulo pra quem tá em casa sonhado com esse momento ver que é sim possível. Por isso convidados a jornalista Luísa Ferreira, do blog Janelas Abertas, para contar um pouquinho da relação dela com esse mundo de intercâmbio e experiências internacionais. Confira tudo no relato abaixo!

Dizem que só tem coragem quem tem medo, né? Começar a viajar sozinha, pra mim, teve a ver com isso. Costumo dizer que comecei a fazer intercâmbios pra “hackear meu cérebro”. Afinal, durante a adolescência eu era extremamente insegura e ansiosa. Tinha medo de qualquer situação que me tirasse da zona de conforto.

Aos 15 anos, fiz uma viagem curta ao exterior e tive várias crises de ansiedade. Voltei pra casa achando que nunca mais faria nada que me fizesse sentir tão fora de controle. Até que resolvi que não queria mais viver assim! E, pra me proporcionar um “tratamento de choque”, comecei a ir pra bem longe dessa minha zona de conforto – literal e figurativamente.

Desde então, já fiz diversos intercâmbios, sendo alguns pagos, outros com bolsas integrais e outros com ajuda de custo, além de ter ido representar o Brasil em eventos incríveis no exterior. Também fiz dezenas de mochilões sozinha e, no final de 2016, pedi demissão do meu último emprego fixo pra viver do meu blog de viagens, o Janelas Abertas.

Minha história com intercâmbios: a primeira experiência na Argentina

O “momento de virada” na minha vida foi aos 19 anos, quando fui fazer meu primeiro intercâmbio: um mês estudando espanhol em Buenos Aires. Embarquei cheia de ansiedade e fui dormir todos os dias ouvindo música pra conseguir relaxar. A insegurança não passou do dia pra noite, mas foi melhorando aos poucos.

Antes de viajar, eu tinha feito um semestre de curso de espanhol na minha cidade natal, mas também estudei todos os dias por conta própria usando livros fotocopiados e recursos online. Por isso, ao chegar já fui colocada no nível mais avançado do curso.

As aulas intensivas e o dia a dia em Buenos Aires foram importantes pra praticar a escuta e a fala, mas cometi o erro de passar a maior parte do tempo com brasileiros. Nos meus intercâmbios mais recentes, fiz questão de evitar isso. E faz muita diferença!

Nessa viagem, fechei tudo através de uma agência de intercâmbio, ficando na acomodação oferecida por eles, porque tudo me parecia novo e assustador. E, claro, porque tive o privilégio de contar com uma boa situação financeira dos meus pais naquele momento. Mas depois dessa experiência, ganhei confiança pra procurar oportunidades mais baratas. Nessa época eu ainda nem imaginava em criar o Janelas Abertas e a proporção que ele iria tomar.

Mobilidade acadêmica na Espanha

No mesmo ano, aproveitei o convênio da UFPE, onde estudava Jornalismo, e fui fazer um semestre de mobilidade acadêmica em Sevilha, na Espanha. Não tive que pagar nada pelo curso, a cidade não tem um custo de vida muito alto e o Euro era barato na época, então essa viagem saiu bem em conta.

Aproveitei esse período não só pra viajar pela Europa, mas também pra fazer tandem de espanhol e estudar francês de graça na universidade. Além de vivenciar a rotina de outro país como moradora e aprender a resolver vários problemas sozinha, percebi como o mundo é cheio de possibilidades que nossa rotina não nos permite enxergar.

Curso de francês na França e a volta pra Espanha

Ao me formar em Jornalismo, fui estudar francês por dois meses em Lyon, na França. Dessa vez, optei por não procurar uma agência de intercâmbio. Fechei tudo diretamente com a Alliance Française, pela internet, e paguei muito menos.

Enquanto estava na França, recebi a notícia de que tinha sido aprovada pra um mestrado em Comunicação na Universidad de Valladolid, na Espanha, com bolsa integral. Só faltei explodir de felicidade!

Voluntariado e cursos profissionais em Madrid e na Hungria

Enquanto estava em Valladolid, aproveitei ainda mais oportunidades além do próprio mestrado. Fiz amigos de vários países, fui voluntária da Anistia Internacional, dei aulas de português pra estrangeiros e ganhei bolsas integrais pra fazer um curso de 10 finais de semana no jornal El Mundo, em Madrid, e um de uma semana em Budapeste, na Hungria.

A partir dos contatos que fiz no curso em Budapeste, consegui um estágio de verão e adiei meu retorno ao Brasil depois de defender a dissertação.

Volta para o Brasil, mais voluntariado e participação em fórum internacional

De volta ao Recife, continuei de olho em oportunidades internacionais. Apliquei pra uma bolsa de mestrado em Sociologia na Central European University, em Budapeste, e fui aceita, mas acabei recusando por questões pessoais.

Nessa época, comecei a trabalhar com Marketing Digital e voluntariar na ONG Mirim Brasil. Em 2014, viajei com tudo pago pra o World Forum for Democracy em Strasbourg, na França, junto com mais de 200 jovens do mundo inteiro.

Em 2016, fui voluntária no acampamento do International Falcon Movement no sul da Alemanha. Passei quase 20 dias coordenando, junto com uma alemã e uma inglesa, o Media Space do acampamento, que reuniu 2.500 adolescentes e jovens de vários países.

Representando o Brasil na Finlândia

Em 2018, fui selecionada pra representar o Brasil no Foreign Correspondents’ Programme promovido pelo Ministério das Relações Exteriores da Finlândia. Durante três semanas, aprendi muito sobre diversos aspectos da sociedade finlandesa junto com outros 15 jornalistas das Américas, África e Ásia. Essa viagem também foi 100% paga pelo organizador.

O primeiro passo é acreditar que é possível

Se alguém me dissesse 10 anos atrás, quando comecei a viajar sozinha, que eu viveria tudo isso, eu não acreditaria. Por isso conto essa história: pra que você saiba que é possível!

Acho importante reconhecer sempre que venho de um lugar de muito privilégio. Não nasci “em berço de ouro”, mas sou branca, minha família é de classe média, tive estímulo pra estudar idiomas, tive acesso a informações variadas, cresci numa capital, entre tantos outros fatores que me fizeram “sair na frente” de muitos outros jovens do Brasil e do mundo.

Mas quanta gente tem condições iguais ou melhores que as minhas e não corre atrás dos seus sonhos, seja por falta de vontade ou de conhecimento? E quantos poderiam alcançar mais do que imaginam, mesmo com os obstáculos estruturais da nossa sociedade, se tivessem apoio de alguém e acesso às informações necessárias?

Sim, é preciso esforço. Pra conseguir essas oportunidades, com exceção dos dois intercâmbios mais “convencionais” pra estudar idiomas, precisei correr atrás. Passei várias horas fazendo atividades extracurriculares, procurando informações na internet, estudando pra testes de proficiência, escrevendo cartas de motivação, preparando projetos de pesquisa...

E tive, também, que trabalhar minhas inseguranças pra acreditar que sou capaz, superar a “síndrome de impostora” e lidar com as crises de ansiedade. Sem falar que ouvi inúmeros “nãos” pra cada “sim” desses aí.

Janelas abertas para o mundo!

Num país tão desigual como o nosso, tenho convicção de que não se trata simplesmente de uma questão de mérito. Mas acredito que muito mais gente poderia viver oportunidades incríveis se acreditassem que elas são possíveis e não se sabotassem por medo. Seja uma experiência no exterior, ou o que quer que faça sentido pra você: acreditar em si mesmo é o primeiro passo.

Curtiu a história da Luísa? Então aproveita e confira mais sobre todas as suas experiência lá no Blog Janelas Abertas. E não se esqueça que você também pode alcançar essas grandes realizações na sua própria vida e ter experiências tão incríveis no exterior quanto as dela. Mas para isso você precisa se preparar, e MUITO! A boa notícia é que a nossa mentoria especializada está a postos para te ajudar a conquistar sua vaga lá fora! Faça agora mesmo o seu teste de perfil clicando aqui e junte-se ao nosso time de mentorados!  

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Matheus Tomoto
AUTOR
15 Out 2019

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